‘Fomos chamados para dedicar nossas vidas’, dizem missionários na África
Atualizado em 2 de março, 2012 - 05:21 (Brasília) 08:21 GMT
Marcos e Patrícia Teixeira se conheceram em uma igreja evangélica fluminense e desde 2003 vivem como missionários. "Juntos amadurecemos nosso chamado (de vir para) a África", contou ele à BBC Brasil por e-mail de Beira, Moçambique.
O casal é parte de um contingente crescente de missionários cristãos brasileiros que atuam no exterior, segundo estimativas apresentadas por Todd Jonhson, diretor do Centro de Estudos do Cristianismo Global da Universidade Gordon-Conwell.
Johnson calcula que o Brasil "exportou" em 2010 cerca de 34 mil evangelizadores cristãos, número inferior apenas ao dos norte-americanos, de 127 mil missionários.
"Sentimos um chamado de Deus para não viver nossas vidas, mas dedicá-las a ajudar o próximo", explica Marcos, de 36 anos, sobre seu trabalho.
Os locais das missões são decididos a partir de orações. "Depois fazemos um levantamento sobre o local, um mapeamento. Daí traçamos objetivos para ajudar as comunidades."
O casal já passou por África do Sul e Bolívia. Está desde 2007 em Moçambique, um empobrecido país leste-africano que viveu anos de guerra civil até a assinatura de um acordo de paz em 1992. Mais de 50% da população vive na pobreza extrema; a população é de maioria cristã, mas cerca de 18% são muçulmanos.
Escolas
Ali, Marcos e Patrícia montaram uma escola para crianças de três a cinco anos e uma escolinha de futebol para meninos de 9 a 17 anos. Também dão assistência a portadores de HIV.
A família é completada por Juliana, de 8 anos, e Carlos Eduardo, de um ano e meio, nascido no país leste-africano.
Um dia comum dos Teixeira – conhecidos em sua congregação como família Matrijuca, palavra que contém sílabas dos nomes dos quatro integrantes – começa às 5h, para preparar a ida de Juliana para a escola, a 45 km da casa onde moram. A partir daí, diz Marcos, o dia é repleto de atividades como treinos, reuniões, visitas.
O momento mais marcante da vida de missionários foi a gravidez de Patrícia do filho caçula.
"Meu filho nasceu pelas mãos de uma parteira. O parto foi normal e minha esposa sofreu muito, porque o bebê era grande e não havia anestesia. Ouvimos tantas histórias ruins de partos malsucedidos e o sistema de saúde de Moçambique é precário", recorda Marcos.
"Deus protegeu minha esposa e meu filho. E durante todo momento quem cuidou deles foi uma família de muçulmanos."
Confira a entrevista no link abaixo.
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